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Retrospectiva de Tarsila no Museu de Luxemburgo celebra a modernidade brasileira em Paris

A pintora brasileira Tarsila do Amaral é a estrela de uma grandiosa retrospectiva no Museu de Luxemburgo, em Paris, que exibe 150 de suas obras até 2 de fevereiro de 2025. A mostra, que começou em 9 de outubro, destaca 49 quadros que traçam a trajetória da artista, reconhecida como um dos maiores nomes do modernismo no Brasil e uma figura central na arte latino-americana.

A exposição busca romper com a narrativa simplista de que artistas estrangeiros aprendem a modernidade apenas ao chegarem à cidade. De acordo com a curadora, Cecilia Braschi, Tarsila trouxe consigo um repertório único, em desenvolvimento no Brasil, que enriqueceu e se entrelaçou com as vanguardas europeias.

Nascida em 1886 no interior de São Paulo, Tarsila teve sua formação inicial no impressionismo e chegou a Paris em 1920. Ao retornar ao Brasil, após a Semana de Arte Moderna de 1922, integrou-se ao movimento modernista e, em 1923, frequentou ateliês de renomados artistas franceses como Fernand Léger e André Lhote. Seu impacto na vibrante cena artística parisiense foi imediato, tornando-se uma figura icônica.

'A negra', tela de 1925 exibida na mostra parisiense — Foto: Divulgação

Entre as obras mais notáveis na exposição estão “A negra” (1923), um retrato de uma ex-escrava da fazenda de sua família, e “A Cuca”, uma representação onírica da criatura do folclore brasileiro. A partir de influências do cubismo e fauvismo, Tarsila explorou temas brasileiros e criou um estilo próprio, proclamando: “Eu invento tudo na minha pintura”. A mostra também reflete o impacto da crise de 1929 em sua vida, quando Tarsila passou a retratar a classe trabalhadora em obras como “Operários” (1933).

"Operários", quadro pintado em 1933 por Tarsila do Amaral. Uma referência à industrialização de São Paulo e à variedade étnica do trabalhador brasileiro — Foto: Reprodução

Apesar de nunca mais retornar a Paris após sua prisão no Brasil em 1932, Tarsila consolidou seu legado no país e continua sendo uma referência na arte internacional.

A exposição no Museu de Luxemburgo é uma celebração da visão inovadora e do impacto cultural de Tarsila do Amaral, oferecendo ao público parisiense a chance de revisitar a obra dessa pioneira que reinventou a arte brasileira e deixou uma marca indelével no cenário mundial.

 

Tarsila do Amaral. Peindre le Brésil moderne

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