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Repatriação: na Dinamarca desde o século XVII, manto tupinambá será devolvido ao Brasil

Foi anunciado na última semana que o Museu Nacional da Dinamarca irá devolver ao Brasil um manto tupinambá, artefato cerimonial indígena, que estava desde 1689 em Copenhague. Com cerca de 1,80 metros de altura, o artefato é feito de penas vermelhas de guará costuradas em uma malha por meio de uma técnica ancestral do povo tupinambá na qual as penas são encaixadas sobre uma base de fibra natural. Existem apenas outros dez desse tipo no mundo, produzidos entre os séculos XVI e XVII, e todos estão atualmente em museus localizados na Europa.

 

Os tupinambá usavam vestimentas do gênero em ocasiões formais, como as assembleias, os enterros de pessoas queridas e os rituais antropofágicos, a celebração mais imponente promovida por eles no período colonial.

O manto tupinambá que a Dinamarca devolverá ao Brasil – Foto: Roberto Fortuna, Museu Nacional da Dinamarca

 

A repatriação do manto tupinambá está em sintonia com o movimento internacional de discussão em torno da descolonização dos acervos museológicos e a devolução dos artefatos produzidos por comunidades tradicionais do sul global.  Além disso, tem como objetivo colaborar com a reconstrução do acervo do Museu Nacional após o devastador incêndio de 2018. 

 

Segundo a cacique Maria Valdelice Amaral de Jesus, “Os sonhos dos nossos ancestrais, que são também os nossos, seguem vivos. (…) Nossos Mantos são ícones da nossa espiritualidade e, por isso, acreditamos que devem estar de pé e vivos, próximos ao seu povo de origem”. 

 

Desenho de índio com manto tupinambá

Procissão na corte de Stuttgart, carnaval, desfile “Rainha da América”, Anônimo (1599), aquarela, 29,8 cm x 41 cm. Weimar, Klassik Stiftung Bestand Museen.

 

Para saber mais: “LONGE DE CASA – O fascínio, a dor e os equívocos em torno dos mantos tupinambás na Europa”, reportagem de Elisangela Roxo publicada na edição 182 da Revista Piauí. Acesse através do link

 

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