O Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro inaugura neste sábado, 19 de outubro, a exposição coletiva “O mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres”, com curadoria de Fabricio Faccio. A mostra reúne obras de 36 artistas contemporâneos e explora as complexas relações entre arte e natureza, buscando questionar as fronteiras que separam o humano do não-humano. Através de diferentes formas artísticas, como desenhos, esculturas, performances e instalações, a exposição convida o público a refletir sobre o papel da arte na reimaginação de um futuro sustentável para o planeta.
Inspirada no poema “Tabacaria”, de Fernando Pessoa, a mostra apresenta uma série de obras que propõem uma nova maneira de enxergar o meio ambiente e o impacto humano sobre ele. Através de abordagens visuais e conceituais, os trabalhos expostos sugerem que a arte pode ser uma ferramenta poderosa para catalisar mudanças, ajudando a repensar nossa relação com a natureza em um contexto de urgência climática. Além de provocar reflexões, a exposição enfatiza a importância de repensarmos o modo como habitamos o mundo.
O curador Fabricio Faccio explica que o cerne da exposição está na necessidade de superar a separação entre o humano e a natureza, conceito central no pensamento moderno, que agora se revela insuficiente. Segundo Faccio, “o que tentamos controlar e subjugar é também o que carrega nossa destruição”, reforçando a ideia de que reavaliar essa relação é essencial para a sobrevivência futura. A mostra questiona a lógica dominante de exploração da natureza e propõe alternativas mais harmônicas.
Entre os artistas participantes estão nomes como Aiyon Chung, Ana Holck, Athos Bulcão, Carolina Kasting, Nuno Ramos e Zilah Garcia, entre outros. Um dos destaques da abertura será a performance de Carolina Kasting, intitulada “Amar-u: corpo-expandido ciborgue”, inspirada no Manifesto Ciborgue de Donna Haraway, que desafia as fronteiras entre o natural e o artificial, humano e máquina.