O pintor irlandês Francis Bacon (1909-1992) foi um dos artistas mais extraordinários do século 20, e esta é a primeira exposição individual no Brasil dedicada a sua obra. Ao criar um conjunto de pinturas tão radical quanto arrebatador, o artista revolucionou o modo de pintar a figura humana. Durante seis décadas, Bacon retratou amigos da boemia e da vida cultural londrina, figuras anônimas que encontrava em bares e seus próprios amantes, com destaque para Peter Lacy e George Dyer, com quem manteve relacionamentos intensos e muitas vezes turbulentos. Ainda que sua obra não possa ser considerada estritamente autobiográfica, ela é carregada de traços de suas experiências pessoais, seus desejos e seus relacionamentos.
Francis Bacon: a beleza da carne apresenta de modo pioneiro um foco queer sobre a obra do artista, com 23 pinturas produzidas entre 1947 e 1988. Ainda que esse enquadramento seja notado pela literatura especializada e seja de fato incontornável em qualquer projeto dedicado a Bacon, é a primeira vez em que ele é tomado como referência primordial em uma mostra do artista.