Últimas semanas para conferir a exposição A Pele do mundo, em cartaz até 27 de agosto no centro cultural Futuros – Arte e Tecnologia, no Rio de Janeiro.
Estão expostas aqui as obras Espreguiçadeiras Sonoras (2016), Chuveiros Sonoros (2008), Turbina (2012-23), assim como peças inéditas como a instalação Esquinas, a série de pinturas Esquinas e o vídeo documentando a performance Máscara Sonora, todas de 2023 e produzidas especialmente para essa ocasião. A mostra tem patrocínio da Oi e da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, por meio da Lei de Incentivo à Cultura, e apoio cultural do Oi Futuro. A produção executiva é de Déborah Zapata e a curadoria de Michael Asbury.
O conjunto de obras revela o processo de transposição, de deslocamento do som que caracteriza o trabalho do artista. Estes sons, retirados de suas fontes, manipulados e transladados por Romano geram situações inusitadas e muitas vezes lúdicas. A paisagem sonora que pertence ou que é associada a um item qualquer, seja um aparelho ou um lugar, é assim transposta para fora da pele metafórica que a delimita. Alternativamente, o som em si substitui a coisa que o produz. Sua identidade, atribuída ou definida pelo nosso senso de audição, é justaposta a outros sentidos como o toque e a visão.
Com esta exposição, Romano demonstra que ele não é apenas um artista sonoro, mas está igualmente preocupado com questões da arte ligadas aos nossos outros sentidos. A obra de Romano quebra a divisão semântica que delimita os diversos campos ou disciplinas da prática criativa. Ele o faz através de outra conjunção que explora uma porosidade, que é frequentemente negligenciada, entre as histórias da arte sonora, da arte participativa, e da fenomenologia da arte em geral. Aqui, cada uma, de forma distinta, mas interconectada, evoca o legado cultural de uma cidade como o Rio de Janeiro e aponta para um questionamento mais amplo do tempo da história da arte: um tempo não cronológico, assimétrico e desigual, um tempo que pertence à chamada arte global. Se ‘o museu é o mundo’, como dizia Hélio Oiticica, para Romano a pele do mundo revela a porosidade e as obstruções entre um e o outro”, conclui o curador.
Victor D’Almeida, gerente de Cultura do Oi Futuro, comemora a chegada de A Pele do mundo ao Futuros – Arte e Tecnologia: “A exposição de Floriano tem total sintonia com o que nós propomos, uma programação que estimula pesquisa e experimentação em arte contemporânea e tecnologia. Sempre inquieto, Floriano evoca a Pele como símbolo relacional entre as singularidades do ‘eu’ e o mundo com obras que buscam o deslocamento do som de suas paisagens sonoras, em um exercício de outros sentidos e transcendendo a identidade do som e seu produtor.”
Serviço: “A Pele do Mundo” – Exposição sobre o artista Floriano Romano