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Conheça as principais bienais de arte do mundo

As Bienais de arte ocorrem desde 1895, quando ocorreu a primeira edição da Bienal de Veneza. Ao longo dos anos, o formato de multiplicou e diversificou, e hoje ocorrem mais de trezentos desses eventos em cidades como São Paulo, Istambul, Moscou e Sydney. Apesar das especificidades locais e os recortes curatoriais, as Bienais são, de forma geral, espaços de excelência da arte contemporânea, onde, a cada edição, obras de arte de relevância global são reunidas por projetos curatoriais ambiciosos e inovadores. 

 

Em comum, as bienais caracterizam-se por serem uma plataforma de experimentação e liberdade artística, que não obedece à mesma lógica comercial das feiras, por exemplo. Vemos, a cada edição, o aperfeiçoamento do exercício crítico por parte de curadores que, de forma geral, constroem projetos sobre questões atuais, como temas políticos, identitários e climáticos. As exposições propoẽm diálogos necessários e convida a sociedade ao exercício crítico a partir da arte. 

 

Em termos comerciais, as bienais tornaram-se importante fonte de receitas provenientes do turismo e têm função importante no calendário das cidades onde ocorrem. Esse é um dos motivos que explica a explosão de bienais produzidas no mundo inteiro, assim como o aumento dos valores registrados nas transações de obras de arte.

 

A edição de estreia da Bienal de Veneza, em 1895, cujo título oficial foi  I Esposizione Internazionale d’Arte della Città di Venezia (1ª Exposição Internacional de Arte da Cidade de Veneza), determinou o modelo a ser replicado: reservou uma seção da exposição para artistas estrangeiros que deveriam ser previamente selecionados por um júri, criando a estrutura que perdura até hoje com uma exposição principal no Pavilhão Central e a organização de diversos pavilhões internacionais organizados pelos países convidados. 

 

O primeiro país a construir seu próprio pavilhão foi a Bélgica, em 1907, e hoje mais de 80 pavilhões compõem a Bienal. A primeira participação brasileira na Bienal de Veneza ocorreu em 1950, quando o projeto para a realização de uma Bienal no Brasil já estava em andamento. Até 1963, quando foi criada a Fundação Bienal, o responsável pela seleção da delegação brasileira era o MAM São Paulo. 

 

 

Jonathas de Andrade na instalação Com o coração saindo pela boca / Con il cuore che esce dalla bocca (2022), selecionada para representar o Brasil na 59ª Bienal de Veneza . Cortesia: Ding Musa / Fundação Bienal de São Paulo.

 

Em 1951 ocorreu a edição de estreia da Bienal de São Paulo, considerada uma das três mais importantes do circuito contemporâneo internacional. O evento acontece no Pavilhão Ciccillo Matarazzo do Parque do Ibirapuera, que foi construído junto com todos os seus outros edifícios em 1954. O prédio também é conhecido como Pavilhão da Bienal e foi concebido por Oscar Niemeyer com projeto estrutural de Joaquim Cardozo como forma de comemorar o 4º Centenário da cidade de São Paulo. Em 1962 surge a Fundação Bienal de São Paulo, instituição que idealiza e coloca em prática iniciativas artísticas, educativas e sociais.

 

A Bienal é a primeira exposição de arte moderna de grande porte realizada fora dos centros culturais europeus e norte-americanos. Sua origem articula-se a uma série de outras realizações culturais em São Paulo como a fundação do Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – Masp (1947), do Teatro Brasileiro de Comédia – TBC (1948), do Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM/SP (1949) e da Companhia Cinematográfica Vera Cruz (1949) – que aponta para o forte impulso institucional que as artes receberam na época, beneficiadas por mecenas como Ciccillo Matarazzo e Assis Chateaubriand (1892 – 1968). 

 

Neste ano, a Bienal de São Paulo será aberta para o público em 06 de setembro. Com o título “Coreografias do Impossível”, o coletivo curatorial selecionado para liderar o projeto é composto por Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel. 

 

Quatro anos após a estreia da Bienal de São Paulo, foi fundada em Kassel, na Alemanha, a Documenta. Diferente das demais, essa exposição ocorre a cada cinco anos, sendo a próxima prevista para ocorrer em 2027. Atualmente, a Documenta possui um foco especial em site specifics, instalações pensadas e produzidas para um lugar específico. 

 

HIWA K, WHEN WE WERE EXHALING IMAGES, 2017. DOCUMENTA HALLE. © MATHIAS VOELZKE.

HIWA K, WHEN WE WERE EXHALING IMAGES, 2017. DOCUMENTA HALLE. © MATHIAS VOELZKE.

 

Agora que já sabemos um pouco mais sobre as principais mostras, trataremos sobre outras Bienais que ganharam destaque recentemente no circuito:

 

Bienal de Sydney (Austrália)

 

A edição de estreia marcou a abertura da Sydney Opera House, em 1973, sendo o primeiro evento deste tipo da região Ásia-Pacífico. Em sua edição mais recente, ocorrida em 2022, o brasileiro Caio Reisewitz apresentou “Mundus Subterraneus”, uma colagem em larga escala que inclui detalhes fotográficos das florestas e rios do Brasil justapostos a imagens de palafitas, da Transamazônica, e de figuras políticas. 

 

Bienal de Sharjah (Emirados Árabes Unidos)

 

Sua primeira edição ocorreu em 1993, organizada pela Sharjah Art Foundation. Sua 15ª edição está ocorrendo agora, com previsão de ser finalizada em 11 de junho. Concebida pelo falecido Okwui Enwezor e com curadoria de Hoor Al Qasimi, recebeu o título Thinking Historically in the Present (Pensando historicamente o presente).

 

Bienal Internacional de Arte Contemporânea de Riga (RIBOCA) 

 

Uma adição recente ao circuito de bienais, a exposição letã foi fundada em 2016 como uma nova plataforma global para artistas internacionais e bálticos. Procurando apoiar a comunidade regional, a exposição visa também aumentar o envolvimento artístico entre a região do Báltico e o resto do mundo. 

 

Bienal de Arte de Toronto

 

Lançada em 2019, a exposição canadense prioriza a inclusão, a equidade e a acessibilidade na arte contemporânea e enfatiza a participação de artistas indígenas, conforme a política de reconciliação lançada pelo governo canadense. 

 

Bienal Internacional de Arte de Pequim

 

Fundado em 2002, o BIAB se concentra na evolução da pintura e da escultura para transmitir uma mensagem de desenvolvimento global por meio da expressão artística. 

 

Riwaq Biennale

 

Hospedada no Centro de Conservação Arquitetônica, Ramallah, em parceria com a Universidade Birzeit, UNESCO (Ramallah Office), Art School Palestine, a bienal foi fundada em 2005 e se concentra na proteção e promoção do patrimônio cultural na Palestina. 

 

Bienal de Istambul (Turquia)

 

A Bienal de Istambul acontece desde 1987, organizada pela İstanbul Kültür Sanat Vakfı, uma instituição cultural sem fins lucrativos que atua também na produção de festivais de cinema, música, jazz, design e teatro da cidade.

 

Gostou do artigo? Por aqui, continuaremos acompanhando e divulgando as principais atualizações do mercado de arte! 

 

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