No último dia 5 de dezembro, a ArtReview divulgou sua aguardada lista Power 100 de 2024, reconhecendo as figuras mais influentes no cenário artístico global. Este ano, o topo do ranking é ocupado pela Sheikha Hoor Al Qasimi, diretora da Bienal de Sharjah desde 2003 e fundadora da Sharjah Art Foundation. A liderança da lista reflete o fortalecimento da influência cultural do Oriente Médio, que também é representado por nomes como Sheikha Al-Mayassa bint Hamad bin Khalifa Al-Thani (21ª posição) e o ministro da cultura saudita Príncipe Badr bin Abdullah Al Saud (41ª posição).
Al Qasimi se destaca por seu trabalho de descentralização das narrativas ocidentais no circuito artístico contemporâneo, expandindo sua atuação como curadora da Trienal de Aichi 2025, no Japão, e da Bienal de Sydney 2026, na Austrália.
Brasileiros em destaque
A edição de 2024 também trouxe grande visibilidade ao Brasil, com quatro nomes representando o país:
- Dalton Paula (87º lugar): Pela primeira vez na lista, o artista é reconhecido por seu impacto cultural e comunitário. Criador do centro cultural Sertão Negro em Goiânia, Paula tem se destacado com projetos que dialogam com o meio ambiente e saberes ancestrais. Este ano, ao receber o Chanel Next Prize, anunciou planos para a criação de uma “escola-floresta” dedicada à formação de artistas emergentes e pesquisadores.
- Thiago de Paula Souza (90º lugar): Curador com abordagens sensíveis sobre ecologia, memória e identidade, foi destacado por sua atuação em projetos de destaque, como o 38º Panorama da Arte Brasileira do MAM e exposições internacionais. Thiago também integrará a equipe curatorial da Bienal de São Paulo 2025.
- Raphael Fonseca (86º lugar): Pela segunda vez consecutiva, Fonseca figura na lista, subindo uma posição em relação ao ano anterior. Curador da 14ª Bienal do Mercosul, prevista para março de 2025, e com atuação no Museu de Arte de Denver, ele reafirma sua relevância no cenário artístico global.
- Adriano Pedrosa (33º lugar): Presente na lista pela sexta vez, Pedrosa caiu 18 posições em relação ao ano passado, quando sua nomeação como o primeiro curador do Sul Global na Bienal de Veneza havia gerado grandes expectativas. Apesar da queda, sua relevância como diretor da Pinacoteca de São Paulo e figura central no circuito internacional permanece inquestionável.
Artistas no Top 10
O ranking deste ano é dominado por artistas, com destaque para:
- Rirkrit Tiravanija (2º lugar), conhecido por suas obras participativas.
- Steve McQueen (4º lugar), diretor e artista britânico.
- Wael Shawky (6º lugar), que retorna à lista após um período de ausência.
- Nan Goldin (7º lugar), fotógrafa reconhecida por sua abordagem impactante de questões sociais.
- Kerry James Marshall (8º lugar) e John Akomfrah (10º lugar), dois grandes nomes da arte contemporânea que se destacaram por sua influência crescente.
Curadores em evidência
Outros curadores de destaque incluem Koyo Kouoh (16º lugar), curadora da Bienal de Veneza 2026, e Bonaventure Soh Bejeng Ndikung (20º lugar), curador da próxima Bienal de São Paulo, que subiu 46 posições em relação ao ano anterior.
