Postagens Anteriores

Artigo Especial Semana da Mulher, oito obras pela igualdade dos gêneros

Neste ano, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, celebrado no 08 de março, produzimos
uma série especial apresentando oito obras consideradas fundamentais à História da Arte feminita.
Escolhemos nesta seleção ressaltar a diversidade geográfica, de linguagens artísticas e de épocas,
de forma que podemos ver a evolução e disseminação do pensamento feminista entre as artistas.

1 – The Dinner Party (1974-79), Judy Chicago

Judy Chicago é uma artista norte-americana chave para o movimento de arte feminista conhecida
por suas grandes instalações de arte colaborativas sobre imagens de nascimento e criação, que
examinam o papel das mulheres na história e cultura.

A obra de Chicago incorpora habilidades artísticas estereotipicamente femininas, tais como
trabalhos de agulha, contrabalançadas com habilidades estereotipicamente masculinas, tais como
soldagem e pirotecnia. A obra mais conhecida de Chicago é The Dinner Party, que está
permanentemente instalada no Elizabeth A. Sackler Center for Feminist Art no Brooklyn Museum e
é considerada a primeira obra de arte épica feminista.

A obra representa a cena de um jantar que recebe mulheres influentes da história, sejam
fictícias, como a figura mitológica Gaia, ou reais, como a escritora Virginia Woolf e a pintora
Georgia O’Keeffe. Abaixo da mesa em formato de triângulo equilátero com 13 convidadas a
cada lado, quase 2000 peças de cerâmica formam o piso da instalação. Nelas, 999 nomes de
mulheres relevantes na História.

2 – As mulheres precisam estar nuas para serem aceitas no Metropolitan Museum? (1989), Guerrilla
Girls

As Guerrilla Girls é um grupo anônimo criado em 1985 em Nova Iorque com a finalidade de
contrapor o sexismo no mundo da arte através de performances, cartazes e livros.

Em sua obra mais famosa, questionam a desproporcionalidade entre artistas homens e mulheres
expostos no Metropolitan Museu. A partir de estatísticas de 1989, denunciam que, embora menos
de 5% dos artistas expostos sejam mulheres, 85% dos retratos com nudez representam mulheres.

Foram feitas versões atualizadas do pôster em 2005 e 2012, demonstrando que a desigualdade se
manteve.

3 – Sem título [Seu corpo é um campo de batalha] (1989), Barbara Kruger

Barbara Kruger é uma artista norte-americana cuja obra se concentra na produção conceitual
apropriando-se da linguagem publicitária.

Seus trabalhos mais marcantes datam da década de 1980, quando criou colagens fotográficas em
preto e branco, cobertas com um slogan em letras brancas sobre tarjas vermelhas e o uso frequente de pronomes pessoais e possessivos como“you”/”your” (você, seu), “I” (eu), um conjunto que remete aos slogans publicitários.

Nessas obras, texto e imagem, juntos, transmitem uma crítica social, geralmente associada ao
capitalismo ou ao sexismo.

Em “Your body is a battleground” trata da luta pela legalização do aborto. Nela, estão conjugadas a
preocupação com a construção da identidade feminina com o tema do direito ao próprio corpo.

4 – El tendedero (1978), Mónica Mayer

A artista mexicana possui relevante produção sobre a arte feminista desde a década de 1980. Na
obra “El tendedero” (‘O varal”), convidou 800 mulheres para completarem a frase “Como mulher, o
que mais odeio na cidade é…”.

As respostas foram escritas em pedaços de papel rosa afixados a um varal, remetendo às
atividades domésticas exercidas predominantemente por mulheres.

A obra abriu uma grande discussão sobre a insegurança imposta às mulheres nos espaços
públicos, independente da localização, da etnia, ou da faixa etária.

5 – Sem título [da série As Histéricas] (déc. 1970), Feliza Bursztyn

A artista colombiana Feliza Burstyn expôs em 1968 um conjunto de esculturas animadas por um
motor, que produz nelas movimentos convulsivos e agressivos, resultando em esculturas de metal
retorcido.

A transformação do material remete aos tratamentos com eletrochoques ao qual eram submetidas
mulheres com algum transtorno psiquiátrico ou que não performaram conforme as expectativas
sociais.

As chamadas histéricas foram submetidas a internações compulsórias e tratamentos abusivos, e
com a série a artista pretendia denunciar tais práticas.

6 – Sem título [da série Silhuetas], (1973-78), Ana Mendieta

Ana Mendieta, artista de origem cubana mas que desenvolveu sua carreira nos EUA, é considerada
por vários especialistas uma das pioneiras da arte feminista.

Na série Silhuetas, realizada entre 1973 e 1980, cada uma das suas obras retrata a integração do
corpo feminino à paisagem natural. A artista se encarrega de implantar seu corpo nos ambientes e
posteriormente criar silhuetas feitas de elementos naturais como sangue, terra, lama, flores, penas,
gelo, grama, entre outros.

7 – Sem título [da série A mesa da cozinha] (1996), Carrie Mae Weems

Weems estudou dança e fotografia antes de se matricular no programa de estudos folclóricos da
Universidade da Califórnia, em meados da década de 1980, onde se interessou pelos métodos de
observação usados nas ciências sociais, que posteriormente aplicou à sua produção artística.

Em 1990, produziu a série Mesa da Cozinha, composta por 20 impressões e 14 textos em painéis
de serigrafia nos quais trata de questões relativas à subjetividade feminina.

Nas fotos, a artista aparece sempre no mesmo cenário, uma cozinha, apoiada em uma mesa de
madeira iluminada por uma luz suspensa. Ali, são produzidas várias fotografias com a presença do
marido e da filha da protagonista, além de uma série de objetos adereços, como cartazes, livros ,
cartas de jogar e uma gaiola.

8 – Umfanekiso wesibuko [Imagem espelhada] (2013), Nandipha Mntambo

Usando seu próprio corpo como molde, Mntambo cria formas esculturais que fundem
dramaticamente o corpo feminino com uma pele animal primitiva.

Enquanto a forma humana está ausente nas esculturas, os vestígios de suas curvas e linhas
permanecem na memória fibrosa do couro.

O trabalho ambíguo de Mntambo pode ser lido como uma ilustração da visão patriarcal das
mulheres como subservientes e – particularmente no caso das mulheres colonizadas – subumanas.
Também representam certa simbiose com a natureza devido ao material escolhido.

Galeria de imagens:

Adicionar comentário

Thaís Alexandre Leiloeira Oficial © 2023 | Todos os Direitos Reservados

Open chat
Powered by