O Conselho do Prêmio PIPA 2024 anunciou os quatro artistas vencedores da 15ª edição do prêmio. Entre os 62 artistas indicados pelo Comitê de Indicação, foram selecionados Aislan Pankararu, Aline Motta, enorê e Nara Guichon.
Luiz Camillo Osorio, curador do Instituto PIPA, comentou sobre a escolha dos premiados: “Os quatro premiados da 15ª edição do PIPA mostram vitalidade incomum em suas obras, incorporando temporalidades heterogêneas a processos de formalização arrojados. Seja pela retomada de artesanias tradicionais, seja pelo uso de tecnologias de ponta, estas quatro poéticas trabalham formas de perceber o presente nada convencionais. Acima de tudo, experimentando novos agenciamentos entre história e fabulação, artesania e delírio, ancestralidade e ciência, arte e ecologia.”
Conheça os artistas premiados
Aislan Pankararu (1990) nasceu em Petrolândia, cidade no interior do estado de Pernambuco, sendo originário do povo indígena Pankararu. Em 2019, prestes a concluir a sua formação em Medicina pela Universidade de Brasília, retoma a prática do desenho, que por anos o havia acompanhado. Desde então, a sua produção se desenvolve sem pausa, expandindo-se para a pintura e a instalação. Hoje dedica-se exclusivamente à carreira artística e vive e trabalha em São Paulo.
Aline Motta (1974) combina diferentes técnicas e práticas artísticas em seu trabalho, como fotografia, vídeo, instalação, performance e colagem. De modo crítico, suas obras reconfiguram memórias, em especial as afro-atlânticas, e constroem novas narrativas que invocam uma ideia não linear do tempo.
Foi contemplada com o Programa Rumos Itaú Cultural 2015/2016, com a Bolsa ZUM de Fotografia do Instituto Moreira Salles 2018 e com 7º Prêmio Indústria Nacional Marcantonio Vilaça 2019. Recentemente participou de exposições importantes como “Histórias Feministas, artistas depois de 2000” – MASP, “Histórias Afro-Atlânticas” – MASP/Tomie Ohtake, “Cuando cambia el mundo” – Centro Cultural Kirchner, Buenos Aires, Argentina e “Pensar tudo de nuevo” – Les Rencontres de la Photographie, Arles, França. Abriu sua exposição individual “Aline Motta: memória, viagem e água” no MAR/Museu de Arte do Rio em 2020. Em 2021 exibiu seus trabalhos em vídeo no New Museum (NY) no programa “Screen Series”. Em 2022 lançou seu primeiro livro “A água é uma máquina do tempo” pelas editoras Fósforo e Luna Parque Edições (finalista do prêmio literário Jabuti), abriu exposição individual no átrio do Sesc Belenzinho e na sala de vídeo do MASP. Em 2023, expôs na 15a. Bienal de Sharjah (EAU), no MoMA Museum of Modern Art (NY) em “Chosen Memories: Contemporary Latin American Art from the Patricia Phelps de Cisneros Gift and Beyond” e na 35a Bienal de Arte de São Paulo.
enorê (1992) é artista visual com graduação em Pintura pela EBA-UFRJ e mestrado em Fine Arts pela Goldsmiths, University of London. Sua produção investiga as relações entre o virtual, o temporal e a materialidade através da argila e tecnologia 3D. É residente na Somerset House Studios, em Londres, com bolsa disponibilizada pela Jerwood Foundation, e recentemente foi recipiente da bolsa de desenvolvimento artístico Developing your Creative Practice, do Arts Council England.
Nara Guichon (1955) é artista têxtil, designer e ambientalista. Vive e trabalha, desde 1983, em Florianópolis, capital do estado de Santa Catarina, sul do Brasil. A atividade de Nara Guichon se baseia em três eixos: práticas manuais com fios (tricô, crochê, bordado e tear), reaproveitamento e sustentabilidade, e respeito ao meio ambiente. Ela participa da recuperação da Mata Atlântica e desenvolve trabalhos artísticos relacionados a esse bioma. Com uma trajetória reconhecida como tecelã, entre 1975 e 2015, Nara foi premiada nacional e internacionalmente por seu trabalho em design e moda sustentáveis. Desde 2017, dedica-se exclusivamente à produção artística.
A exposição do Prêmio PIPA 2024, juntamente com a exposição de 15 anos do Instituto PIPA, acontecerá no Paço Imperial do Rio de Janeiro, de 03 de agosto a 20 de outubro de 2024.
Mais informações no site.