A cena da arte digital ganhou um novo marco com a primeira edição do Digital Art Awards, realizada em Londres, que homenageou artistas inovadores que estão redefinindo os limites entre tecnologia, dados e expressão artística.
A cerimônia de premiação, promovida pela HOFA Gallery em parceria com a PhillipsX e a Hivemind Capital Partners, celebrou quatro artistas comissionados em US$ 10.000 (em USDC, uma stablecoin) em categorias distintas, além de reconhecer uma colaboração inédita entre arte, inteligência artificial e sabedoria indígena brasileira.
O evento marcou a abertura de uma exposição com duração de uma semana, reunindo obras que exploram linguagens como escultura de dados, código criativo, animação digital e instalações imersivas. Entre os vencedores, destacam-se nomes que vêm se consolidando na vanguarda da arte digital:

Digital Art Awards Ceremony 2025 na Phillips London
Maja Petrić – Prêmio de Inovação
A artista croata foi premiada por sua obra “Specimens of Time: Hoh Rain Forest” (2025), uma série de esculturas de luz interativas que utilizam inteligência artificial e dados ambientais em tempo real. Inspirada na floresta temperada Hoh, nos EUA, a instalação propõe uma reflexão sensorial sobre o impacto das mudanças climáticas, utilizando dados como temperatura dos oceanos, poluição e estresse térmico para gerar reações visuais nas obras.
Deekay – Prêmio de Imagem em Movimento
Conhecido por seus loops animados desenhados à mão e carregados de emoção, o artista Deekay foi reconhecido pelo trabalho “Hands of Time”, uma animação minimalista que retrata o ciclo da vida humana — do nascimento à morte — em uma estética que remete a videogames em 2D. A obra reforça sua posição de destaque no universo dos NFTs, onde já realizou vendas milionárias com peças anteriores.
Operator – Prêmio Experimental
O duo formado por Ania Catherine e Dejha Ti, conhecido como Operator, foi premiado pela instalação generativa ao vivo “Human Unreadable”, que combina coreografia, vigilância e código. A obra investiga os limites entre os corpos físicos e os sistemas de controle digitais, questionando quem tem liberdade de movimento e como as tecnologias moldam comportamentos em espaços reais e virtuais.
Zach Lieberman – Prêmio de Imagem Estática
Referência em código criativo, o artista norte-americano Zach Lieberman foi reconhecido por sua série “Ripple Studies”, onde explora o movimento da luz sobre a água através de algoritmos visuais. Criadas em JavaScript, as obras traduzem fenômenos naturais em experiências contemplativas, buscando capturar não a precisão da natureza, mas a emoção provocada por sua observação.
Yawanawá e Refik Anadol – Prêmio da Indústria
A quinta premiação foi concedida à comunidade indígena Yawanawá, do Acre, em colaboração com o artista de mídia Refik Anadol. A obra “Winds of Yawanawá” mescla dados climáticos em tempo real com inteligência artificial e conhecimentos ancestrais para criar visuais dinâmicos que ecoam as tradições espirituais da comunidade.
Uma nova era para a arte digital
O Digital Art Awards destaca não apenas o talento dos artistas, mas também o papel crescente da tecnologia como meio de expressão sensível e crítica. A exposição com as obras dos 32 finalistas segue em exibição na PHILLIPS London até 22 de maio de 2025.
Em um cenário onde o digital deixa de ser suporte para se tornar linguagem artística própria, eventos como este reforçam a importância de reconhecer e apoiar vozes que transformam dados em poesia visual, códigos em coreografias e inteligência artificial em arte.