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Quem são os quatro artistas brasileiros que passarão a integrar o acervo do Pérez Art Museum Miami

A ArtRio, uma das feiras de arte mais prestigiadas do Brasil, abriu suas portas nesta quinta-feira, 26 de setembro, na Marina da Glória, trazendo boas novas para o mercado das artes plásticas. O Pérez Art Museum Miami (PAMM) anunciou a aquisição de quatro obras de artistas brasileiros, um marco que destaca a importância da arte contemporânea latino-americana.

Os artistas selecionados — Bruno Lyfe, Liene Bosquê, Dani Cavalier e Alberto Pitta — representam uma nova geração de criadores que exploram temas relevantes, como identidade, herança e espaço, cada um com uma abordagem única. A curadora associada do PAMM, Jennifer Inacio, enfatizou que essa aquisição é uma forma de fortalecer a coleção do museu, promovendo vozes diversas que enriquecem as narrativas culturais da América Latina.

 

Bruno Lyfe

Bruno Lyfe – Artista, Rj Brasil

Bruno Lyfe (1991, Rio de Janeiro, RJ) teve seu primeiro contato com o campo das artes no final da adolescência, quando se envolveu com o graffiti. Ele frequentou cursos na EAV do Parque Lage e se formou em Pintura pela Escola de Belas Artes da UFRJ em 2018, além de completar sua formação na Elã, escola livre de Artes do Galpão Bela Maré, em 2023. Lyfe utiliza a figuração como ponto de partida, explorando questões visuais complexas que misturam o cotidiano e o irreal. Sua linguagem plástica se caracteriza por um domínio da construção imagética, com uma paleta de cores vibrantes e uma abordagem que reflete sua vivência na periferia do Rio de Janeiro, especialmente no bairro de Ramos. Suas obras, que evocam colagens e camadas, convidam à reflexão sobre a dualidade entre figura e fundo.

Liene Bosquê

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Liene Bosquê (1980, Garça, SP) é uma artista visual brasileira radicada em Miami desde 2008. Suas instalações, esculturas e performances foram exibidas em importantes instituições internacionais, incluindo o MoMA PS.1 e o Frost Art Museum. Bosquê possui uma formação sólida, com um mestrado em Artes Visuais pelo School of the Art Institute of Chicago e bacharelados em Artes pela UNESP e em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Mackenzie. Atualmente, leciona na University of Miami e é residente no Oolite Arts. Seu trabalho frequentemente envolve uma interação dinâmica com o público, explorando a relação entre espaço e presença. A artista reflete sobre a experiência imigrante e as conexões entre identidades, tendo sido reconhecida por sua abordagem inovadora em diversos contextos artísticos.

 

Dani Cavalier

Mulheres que potencializam mulheres ⚡ I Hate Flash

Dani Cavalier é uma artista carioca cuja obra gira em torno da figura feminina, exemplificada em seu projeto Biquíni PDF. Através de encontros denominados “facções”, ela dá vida a moldes que representam diversas formas femininas, utilizando a arte como um espaço de troca e observação. Cavalier começou sua carreira aos 22 anos no setor de moda praia e, ao longo de oito anos, percebeu que a força das trocas entre mulheres é a essência de seu trabalho. Ela utiliza metáforas poderosas para descrever sua jornada, enfatizando a importância das mulheres que a cercam como guias em sua trajetória. Seu compromisso com uma prática sociopolítica no Brasil é refletido em sua arte, que busca desconstruir estereótipos e celebrar a solidariedade feminina.

 

Alberto Pitta

Biennale of Sydney 2024, 2024

Alberto Pitta é um artista com mais de quatro décadas de carreira, conhecido por sua pesquisa em estamparia têxtil e serigrafia, além de seu trabalho em pintura e escultura. Desde a década de 1980, Pitta tem criado obras que dialogam com festividades populares, especialmente no contexto do carnaval, onde suas estamparias adornam blocos afro como Olodum e Cortejo Afro. Seu trabalho incorpora signos e traçados que evocam a tradição africana e afro-diaspórica, especialmente elementos da mitologia Iorubá. Como observa o curador Renato Menezes, a obra de Pitta transforma tecidos em um alfabeto de histórias coletivas, onde a dança e a música se entrelaçam com a experiência comunitária, criando um espaço de educação e expressão cultural.

A compra dessas quatro obras pelo Pérez Art Museum Miami não apenas enriquece seu acervo, mas também sublinha a vitalidade da arte brasileira no cenário global. Com temas que ressoam em diferentes contextos culturais, Bruno Lyfe, Liene Bosquê, Dani Cavalier e Alberto Pitta provam que a arte é uma linguagem universal capaz de conectar e provocar reflexões profundas. O PAMM reafirma seu compromisso em promover vozes diversas, contribuindo para um panorama artístico mais inclusivo e representativo.

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