Lucy Bull (nascida em 1990, Nova York) cria pinturas viscerais que apelam diretamente aos sentidos. Campos sinestésicos de forma e cor, suas pinturas são descritas em termos sonoros, táteis ou até emocionais que escapam à lógica racional, sendo únicas para cada espectador.
Suas pinturas, muitas vezes colossais e elementares, são criadas através de um processo profundamente físico e rigoroso. Bull movimenta-se ritmicamente entre várias pinturas, sempre trabalhando em múltiplas telas ao mesmo tempo. “É uma dança entre uma marcação compulsiva, espontânea, e uma espécie de provocação reflexiva de várias associações”, explicou ela. “Então, volto com mais pintura automática. Eventualmente, as camadas mais antigas começam a agir como um relevo. Torna-se uma experiência entrelaçada de paisagens ou cenários de sonho surpreendentes.”
As pinturas de Bull também carregam uma ressonância psicológica significativa. Cores como azuis, laranjas e rosas intensos dominam suas telas, formando redemoinhos e vórtices que, em determinados momentos, quase se tornam reconhecíveis antes de se desmancharem em abstração. “Elas são semelhantes a testes de Rorschach”, disse ela à Artnet. “O que as pessoas veem ou mesmo a pintura favorita em uma exposição é como ter um vislumbre da mente de alguém e como essa pessoa se relaciona com o mundo.”
Bull também realizou exposições institucionais no Warehouse Dallas e no Long Museum em Xangai em 2023. Enquanto isso, colecionadores têm disputado suas obras. Pinturas com menos de cinco anos de idade alcançaram preços estratosféricos em leilões. Segundo o banco de dados de preços do Artnet, quarenta das obras de Bull foram leiloadas desde 2022, com uma impressionante taxa de venda de 84% e 63% das obras excedendo suas estimativas.
A ascensão de Bull não mostra sinais de desaceleração. Na Sotheby’s, em maio, a pintura “16:10” (2020) foi vendida por impressionantes 1,8 milhão de dólares, 159% acima de sua estimativa na Now Evening Auction, quebrando o recorde anterior de 1,7 milhão de dólares para sua pintura “Flash Chamber” de 2020, estabelecido na Sotheby’s Hong Kong em outubro passado.
Radar Contemporâneo
A série “Radar Contemporâneo” é dedicada a promover artistas nascidos após a década de 1980 que, embora ainda pouco conhecidos no Brasil, estão ganhando destaque no cenário internacional. Com o objetivo de ampliar o reconhecimento dessas novas vozes da arte contemporânea, a série apresenta talentos emergentes cujas obras inovadoras e impactantes têm conquistado espaço em prestigiadas galerias, museus e leilões ao redor do mundo. Através de uma curadoria cuidadosa, “Radar Contemporâneo” busca aproximar o público brasileiro de tendências globais e artistas promissores, expandindo horizontes e enriquecendo a cena artística nacional.
