Segundo os dados do relatório referente ao mercado de arte contemporânea da Artprice publicado em 2022, há seis artistas brasileiros entre os 500 artistas contemporâneos (nascidos após 1945) com os maiores valores de vendas no mundo. São eles Adriana Varejão, Beatriz Milhazes, Cildo Meireles, Lucas Arruda, Os Gêmeos e Vik Muniz.
Segundo o estudo publicado pela FGV Invest, entre 2014 e 2022, 675 trabalhos de 84 artistas brasileiros foram apresentados nos mais importantes leilões internacionais (organizados pela Christie’s, Sotheby’s e Phillips). Desses, 471 lotes foram vendidos, sendo que apenas 18 artistas venderam 5 ou mais lotes. A concentração é ainda mais perceptível quando analisa-se que um artista teve 185 obras apresentadas.
A partir dos dados apresentados abaixo, compilados por Marta Inez Rodrigues Pereira, autora do artigo, percebemos que Vik Muniz sozinho é responsável por 39% do número de lotes vendidos entre 2014 e 2022; os outros artistas mencionados ocupam outros 28%; e os 34% restantes são compartilhados entre os outros 67 artistas com lotes vendidos. Mais impressionante é a parcela do valor total vendido, onde Beatriz Milhazes, Adriana Varejão e Vik Muniz juntos detêm 68% e os artistas não-top ficam com uma fatia de apenas 11% de vendas.
Como já tratamos em artigos anteriores, devemos levar em consideração que há diversos fatores envolvidos no processo de precificação de obras de arte, e que os dados não refletem o valor estético da produção dos artistas, mas as tendências ocasionadas pelas demandas do mercado global.
Como pudemos ver, a arte brasileira contemporânea vem ganhando cada vez mais espaço nos leilões internacionais e esperamos colaborar para essa expansão. Abaixo, listamos os recordes de vendas de artistas contemporâneos brasileiros no mercado internacional de leilões.
Lidera a lista a artista carioca Beatriz Milhazes, cujo trabalho Meu Limão (2000) alcançou US$2,098,500 em leilão da Sotheby’s Nova Iorque em 2012 e tornou-se a obra mais cara de um artista plástico brasileiro vivo.
O recorde de Adriana Varejão foi aproximadamente US$1,8 milhão com Parede com Incisões a la Fontana II (2001) vendido pela Christie’s Londres em 2011.
Já o recorde de Vik Muniz foi a venda por US$293,000 da série de seis fotografias Sugar Children (1996, edição de dez) realizada pela Christie’s Nova Iorque em 2015.
No mesmo leilão, a obra Rodos (1978-81) de Cildo Meireles foi arrematada por US$641,000, quase dobrando a melhor estimativa de 350 mil dólares.
Em 2016, a obra Sem título (2009) d’Os Gêmeos, produzida em técnica mista sobre portas de madeira, atingiu o valor recorde da dupla, US$310,000 em leilão da Phillips.
O óleo sobre tela Sem título (2013) de Lucas Arruda foi vendido em 2020 por US$487,651 na Philips Hong Kong, estabelecendo o recorde para esse jovem artista.
Mais recentemente, em maio deste ano, Torção (2005), de Sônia Gomes atingiu US$177,800, um novo recorde em leilão para a artista, superando em 19% o valor estimado. A venda ocorreu em leilão da Sotheby’s Nova Iorque.